GOA, a força da PCPR no ar

Foto: Revista Sociedade Policial

       Há 4 anos, a Polícia Civil do Paraná ampliava a sua atuação de polícia judiciária no ar com a criação do Grupamento de Operações Aéreas – GOA -, atualmente instalado em hangar próprio no Aeroporto do Bacacheri, em Curitiba. Neste pouco tempo de existência, a unidade já está construindo uma excelente história e somando resultados expressivos nos serviços de polícia judiciária na aviação do Paraná.

       O delegado de Polícia Renato Coelho, chefe do Grupamento explica que “inicialmente, um dos primeiros obstáculos foi buscar a formação dos policiais, pois estaríamos partindo do zero e precisava qualificar os servidores para aquele tipo de serviço diferenciado. Para isso, houve um período de trabalho integrado com outras forças da segurança estadual, porque o grupamento aéreo estava vinculado diretamente à SESP, onde os servidores tiveram um primeiro contato com a aviação de segurança pública e passaram a familiarizar e se qualificar nesse tipo de atuação. Daí então se percebeu a necessidade de realizar um trabalho mais independente, para suprir a ausência de um trabalho mais específico na atividade aérea da Polícia Civil do Paraná. Aos poucos os policiais lotados na unidade foram se formando e se qualificando junto a outros órgãos, dentre eles o IBAMA, quando foram atendidos diversos convites para participar em missões conjuntas na região da Selva Amazônica e Norte do País.

       Inicialmente, as operações eram focadas na repressão aos crimes relacionados ao tráfico de drogas, conforme prevê o Decreto 4385 de 2016, que criou o GOA. Mas no decorrer desses primeiros anos, a operacionalização do grupamento aéreo da PCPR, com policiais civis mais experientes e devidamente capacitados, ganhou solidez em todos os trabalhos de polícia judiciária.

Foto: Revista Sociedade Policial

   As demandas diárias, que até o momento só têm dado resultados positivos, proporcionaram a busca por novas tecnologias, aeronaves e a aquisição de um hangar próprio. Tudo isso demonstrou que, de fato, havia essa necessidade de operações emergenciais programadas. 

         Segundo ainda Renato, do total de operações realizadas entre 17 de junho de 2016, data da oficialização da criação da unidade, até maio do presente ano, 83% dos serviços executados foram frutos do trabalho de polícia judiciária e o restante, de apoio a outras forças de segurança (Polícia Federal, Polícia Militar, Guarda Municipal e Bombeiros Militares).

     Os trabalhos emergenciais do Grupamento de Operações Aéreas, além dos serviços próprios de polícia judiciária incluem o emprego das aeronaves no atendimento a situações de crise, como no caso da pandemia do Covid-19, rebeliões em presídios e emergenciais.  Em quatro anos foram 264 voos de apoio desse tipo, sendo que 73 % foram para atuar em ocorrências da própria PCPR. Os demais voos de emergência foram em apoio à Polícia Militar e Casa Militar (43), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Forças Armadas (22) e Guarda Municipal (6). Nesse período foram realizados ainda 209 voos de repressão qualificada, em que o objetivo é sobrevoar os locais onde tem maior incidência de determinados delitos, o que muito contribui para a efetividade das ações de polícia judiciária. As aeronaves da PCPR ainda fizeram cinco voos para transporte de órgãos para transplante e 10 voos em ocorrências relacionadas a arrebatamento de presos e rebeliões em unidades prisionais.

Foto: Revista Sociedade Policial

“Nós intensificamos as atividades aéreas. Os policiais que não estavam acostumados com essa nova ferramenta passaram a entender a importância do trabalho que fazem e, que somado à atividade aérea, podem potencializar os resultados. Nós criamos uma nova cultura de atuação da Polícia Civil do Paraná e hoje não se faz mais polícia judiciária sem apoio aéreo necessário”, diz Coelho.

        O delegado da PCPR elenca as vantagens do uso da aeronave na atividade policial, ao pontuar que ela permite uma visão mais ampla do que está ocorrendo em terra. “A aeronave é utilizada como plataforma de observação e com ela podemos posicionar os policiais em uma melhor área, evitar situações de riscos para as equipes”, afirma.

       A ferramenta “light sun” ou sol da noite, também é muito utilizada nas aeronaves. Através desse equipamento é possível iluminar uma área muito grande, maior do que um campo de futebol durante as operações programadas, que geralmente ocorrem ao amanhecer. Desta forma, os policiais civis têm melhor capacidade de localizar objetos ilícitos e presos em fuga.

Foto: Revista Sociedade Policial

       A respeito do apoio a outras ações no Paraná, o delegado da PCPR destaca a colaboração nas atividades atuais da pandemia. “Mais recentemente nós apoiamos a Casa Militar no transporte de material biológico para exames de Covid-19. Através da rede de saúde pública foi possível fazer esse transporte para o Laboratório Central em Curitiba, disse. ”

       Bastante relevante para a gestão do GOA foi a abertura em 2019 pela PCPR, do primeiro curso de pós-graduação em Operações Aéreas de Segurança Pública, realizado no Brasil. O curso de especialização teve duração de 46 dias com aproximadamente 580 horas de aula.

       Durante esse período os policiais foram submetidos a intensos treinamentos práticos específicos de operacionalização das aeronaves, embarque e desembarque em aeronaves de asas rotativas, tiro embarcado, treinamento em água, apneia, flutuação, salvamento, bem como operações em fronteiras, travessias marítimas, rapel e interação com outras unidades de polícia do Brasil. Oito policiais do Paraná se formaram especialistas no dia 21 de dezembro.

       A frota do GOA/PCPR começou com um helicóptero R44, doado pela Justiça Federal, por perdimento judicial e já está incluído em definitivo na frota. Posteriormente, mais um helicóptero de mesmo modelo e um avião Beecheraft modelo Baron B58 se somaram à frota após perdimento judicial. Um helicóptero Eurocopter AS 350 locado completa a frota. Foram 1,6 mil horas de voo e as atividades que iniciaram provisoriamente, no hangar da PRF, no Aeroporto do Bacacheri, em Curitiba, já possui o seu espaço próprio, no mesmo aeroporto, desde o dia 22 de novembro de 2017.

       Para o delegado coordenador adjunto do GOA/PCPR, Edward Ferraz, o trabalho na unidade é de suma importância para a segurança da sociedade paranaense, porque complementa uma lacuna do trabalho da Polícia Civil no espaço aéreo.

       As demandas têm se intensificado diariamente, principalmente nas regiões fronteiriças, onde são realizadas as operações especiais da Polícia Civil em conjunto com outros órgãos, para repressão ao tráfico de drogas e de armas e crimes ambientais. Ele motiva aos policiais civis de outras unidades a conhecerem a estrutura do GOA/PCPR e, quem sabe algum dia, fazer parte da equipe de pilotos ou operadores aerotáticos.  Complementa dizendo que o GOA é uma ferramenta disponível a todas as unidades policiais que necessitem de apoio aos serviços de polícia judiciária com o uso de aeronave.

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